segunda-feira, 26 de abril de 2010

Monólogos da Torradeira

Outro dia parei pra prestar atenção que a modernidade anda tirando com a nossa cara. De repente me peguei quase discutindo com o meu telefone celular que nada é além de uma máquina. Ri sozinho.

Percebe como esses putos desses aparelhos andam contundentes. A minha briga com o celular foi que a mulherzinha me avisou, primeiro amigavelmente:

"Seu saldo está abaixo de dez reais. Efetue uma recarga".

Tudo bem, foi um toque de amigo assim...tipo "Brow, tá acabando hein, põe dinheiro na bagaça...abraço!". Agora quando diminuiu mais ainda meu poderio econômico junto à operadora, ela só faltou me cuspir na cara! A entonação da mulher é EMPUTECIDA com a minha pobreza. Juro!

"Atenção! Seu saldo está abaixo de DOIS (esse dois é muito enfático!) reais! Efetue uma recarga I-ME-DI-A-TA-MEN-TE!".

Aí sim, o tom baixou. Ela deixou de ser minha amiguinha e desceu das tamancas! "Puta que pariu, sua BESTA. Eu te avisei que a porra do seu crédito estava acabando! Vai AGORA botar dinheiro nessa porcaria, seu MERDA!"
Rosie, o primeiro exemplar metálico que se emputecia.

Tô vendo o dia que a torradeira vai me dar um tapa na cara!!!

E o GPS?! Experimenta não virar na rua que ele te mandou! A mulher quase pula no seu pescoço! "Vire À DIREITA!" Ela só não põe um "Porra" no final da frase por consideração à sua vó que tá pegando carona com você.

E acho que eles sempre põem mulheres pra dar a voz dos aparelhos porque se fosse um cara com a ênfase da mulher, eu descia do carro e corria de medo dele!

Tenho saudade da época que meus objetos não falavam. De repente me sinto num episódio dos Jetsons. Só falta meu carro voar...

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