Textículo do meu outro Blog inspirado por uma história de outra pessoa!
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Não que eu seja louco, longe disso. Mas tenho uma aflição, uma agonia e um desespero interminável em dividir o elevador com alguém. Aquela sensação de que o tempo não passa nunca....os andares ficam mais distantes uns dos outros, não há assuntos com aquela pessoa que vive tão perto, mas ao mesmo tempo é tão estranha. Sei que deveria aproveitar pra conhecer estas pessoas, mas não lá, naquele lugar, daquele jeito. Tomando uma cervejinha no barzinho da esquina...jantando formalmente, sei lá. Mas aquele momento é breve demais pra qualquer conversa que leve-nos a alguma coisa mais profunda. E longo demais para o silêncio.
E é aí que entra nossa consciência avaliativa meteorológica. Sempre sobra pro calor ou pro frio, ou mesmo pra chuva, reduzir a infinidade do tempo que nos une. Uma entrou uma tiazinha extremamente nervosa que tinha medo de elevadores. Era claustrofóbica, a pobrezinha. E eu não sabia o que dizer. Ela tremia feito vara verde, rezava em voz alta para que o elevador parasse logo e abrisse as portas, e, em um momento, chegou até a segurar em meu braço. Até isto é melhor do que o constrangedor silêncio. Pelo menos passa o tempo!
Eram já umas 11 da noite e eu estava um tanto bêbado por algumas cervejas a mais que tomara com uns amigos que encontrei por acaso. Entrei, solicitei a presença do dito cujo, e esperei por alguns instantes. Chegou até que rápido. Niquiqui abri a porta, ouvi o portão de entrada do prédio sendo aberto, como um sinal que dizia que uma indesejada companhia estava a caminho. Por um momento pensei que seria grosseria não esperá-la para subirmos juntos, sabendo que uma pessoa estava vindo. Mas, estando bêbado, queria que aquele momento fosse menos constrangedor do que já naturalmente é.
Entrei desesperado no elevador, apertei meu andar sucessivamente, e comecei a escutar os passos de salto alto vindo lentamente. Quanto mais o treco demorava, o som dos passos ficava mais nítido, evidenciando uma proximidade quase inevitável. Puta que pariu! Aquela porta parecia retardada, que não fechava! E os passos aumentando gradativamente. A porta começou a fechar e ouvi os passos aumentando de velocidade para uma corridinha na tentativa de segurar a porta... Prendi o ar por um segundo, de tanta tensão que me acometia naquele instante. Parecia que um psicopata dos mais perigosos estava prestes a me matar! Que angústia! Quase me mata mesmo, mas de nervoso!
E a porta fechou-se, então. Suspirei, ainda nervoso, com o coração batendo forte. Olhei para a câmera que tudo vê, e pensei que o porteiro deveria estar se matando de rir com tamanha idiotice: eu me encolhendo em um canto, apertando desesperadamente o botão de meu andar e suspirando logo após com o sucesso do momento myself.
Confesso que me senti ridículo depois que a sobriedade chegou. Mas dane-se! Aquele elevador foi só meu!
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