segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sobre calcinhas e Aeroplanos...

Então eu Carmensandieguei total! Desculpa pai, desculpa mãe, desculpa Brasil.

Agora, exatamente, eu estou em São Paulo, mas venho há pouco de uma cidade onde a umidade (mais do que relativa) do ar é quase de um dígito, onde a renda média mensal é maior do que eu vou ver a vida inteira, onde endereços parecem coordenadas de Batalha Naval, onde radares são pardais, conversões são tesourinhas e o sotaque é indefinível. Sim, eu estava na Capital Federal, Brasília, DC. Trabalhando, bem. Pensa que a vida é fácil, não.


Bunda quadrada da justiça que hace mucho não trabalha lá pelo Planalto Central.

Bom, então é CLARO que tudo que rola na minha vida dá história e aqui vos escrevo. Lá em Brasília rolaram duas sensacionais.

(Retrospectiva de fatos para chegar na contextualização anárquico-presencial do ocorrido) Então a minha irmã veio pra cá pra Sampa ficar uns dias no mês passado. Ela, como de costume, pendurou suas calcinhas no box do banheiro à la Bandeirolas de São João. Uma delas ficou esquecida, e eu levei pra ela quando fui pro interior. Sóóó que esqueci de dar pra ela e aquela merda ficou na minha mochila.

Qual não foi a estupefante surpresa quando abro minha mochila no meio do avião e CAI A CALCINHA DA MINHA IRMÃ? Se fosse comestível, eu engolia. Mas não era. Peguei com cara-de-é-minha-mesmo e enfiei na mochila, não sem escutar risadinhas disfarçadas. Difudê.

A outra foi o EVENTO que se tornou meu voo de volta. Então eu me cago de medo de avião. Mas ando superando isso pelo bem da minha vida sócio-turístico-empregativa. Eu sei que o avião enrolou pra cacete pra sair. Um monte de carinha de macacão verde já estava entrando e saindo antes mesmo de fechar as portas. Tudo bem, saímos. Deu uma voltinha e voltou. Pra mim já é o suficiente pra escarrar na cara do piloto e descer daquela merda NAORA. Mas eu olhei em volta e todo mundo com aquela cara-de-se-cair-tô-nem-ligando. Bom, eu me contive. O piloto diz em alto em bom som:

"Senhores passageiros. Retornamos por causa de um PROBLEMINHA NO RESET, e em breve partiremos novamente."

Tipos...ele acha que tá falando com quem? A Liga Internacional de Engenheiros Aeronáuticos? Pra mim Reset é um botãozinho do Mega Drive que se aperta quando dá tilt no cartucho (geralmente quando você tava matando o chefão que NUNCA conseguiu nem chegar perto). Pra mim, ele dizer

"Fudeu com a rebimboca da parafuseta"

seria bem mais elucidador, sem dúvida nenhuma. Claro. No alto de meu cagaço savoir aéreo, chamei a viada da aeromoça:

- Oi? Cê pode me dizer uma coisa? Maiquiqui é um PROBLEMINHA NO RESET? (Se ela me dissesse algo do tipo...a comida estragou...ok, foda-se, eu vou nesse mesmo).

- Nada demais. É uma PANE NO SISTEMA ELÉTRICO.

Qué dizê né. Nada não bem. Cê vai pegar um troço, que nem deveria conseguir voar, acometido por uma pane. Antigamente tinha-se uma segurança...se caía um demorava uma ERA pra cair outro. Mas agora avião tá caindo mais que os peitos da Vera Fischer!

Ainda esperava a reação de algum dos zumbis que compartilhava o voo comigo, mas na-da. De repente senti um cheiro de QUEIMADO. Bom, preciso nem dizê que peguei minha trochinha e mandei beijinho pra aeromoça né?

-Mas senhor, não tem problema! Fique que logo partimos!

Fui confrangido a precipitar circularmente a baiana. Porra, mainem o direito de não morrer mais me garantem agora?

-Moça, cê num tá entendendo. Eu VOU descer desse voo. Tipo isso. Que partam vocês. Eu não parto mas nem sob ameça nazista.

Desci. E depois vieram atrás mais um casal, mais um homem, mais uma mulher e outro cara...e por fim eu MIEI UM VOO INTEIRO. Até a tia blasé com cara-de-sou-habituée-de-aeronaves.
Daí o barraco GE-NE-RA-LI-ZOU. Fomos conduzidos à esteira de bagagens que ficou devendo a inscrição "A volta dos que não foram".

Horas depois, quando fui conduzido a um voo decente, ainda vi na pista várias pessoas lá no tal do avião arrumando loucamente. Claro que eu anotei o prefixo do avião pra evitar que eles me levassem pra dar uma volta de busão no aeroporto e me embarcassem no mesmo. Sim, foi outro aeroplano.

E o fato é que amanhã (jájá) eu tô indo pra Recife e por lá permaneço atéééé dia 8 de Setembro. Com certeza com ALTAS histórias pra contar.

PS: Dia 24 de Agosto (sugestivo ao extremo) o Blasfêmia faz um ano. Mandem presentes Aguardem. Teremos uma promoção pros frequentadores assíduos! Mas isso só quando eu voltar, então vai ser aniversário retardado.

PS2: Eu SEI (obrigado ao Google Analytics por me dar o embasamento para capislocar o "sei") que tenho leitores de Pérnambuco (incluindo Recife). Eu queria sair pra tomar uma breja, cerva, loira, ou como quer que vocês a chamem nesta parte do Brasil, com vocês. Me mandem um e-mail! Não sejam tímidos porque eu não o sou!

Logo mais eu tô aí. Where is Carmen Sandiego?!!!

Um comentário:

Victor Gouvêa disse...

Nosa. Ficu longo pra cacete. Desculpa gente!