Ele, que estava buscando uma vaga como quem busca chifre na cabeça própria de cavalo, foi a incontáveis entrevistas, e saiu de todas elas - sem exceção - se sentindo o mais medíocre dos seres.
Vaga para seleção que eu recebi e me causou calafrios. Principalmente a parte do "traga seu CV", "os talentos e paixões" (imaginei levando ex-es pra lá) e o japonês com a raquete na mão e um sorriso no rosto.
Faz a barba, apara o cabelo, arruma a camisa social que combine com o resto da roupa, não parecendo nem muito sério, nem muito informal. Chega na hora - nem muito antes, nem muito em cima - e prepara o sorrisinho no rosto aparentando simpatia e escondendo a ansiedade. Senta em frente o entrevistador, não sabe o que faz com as mãos e nem as pernas por já ter lido mil dicas de RH's sobre o que a linguagem corporal quer dizer. Responde perguntas retóricas que quase sempre querem respostas que você sabe quais são - mesmo que, às vezes, não seja o que você diria se sua mãe te perguntasse.
Você tenta parecer um cara experiente, mas não arrogante, interessante, interessado, comunicativo, pró-ativo, curioso e formidável. Sai de lá sentindo que é a pior pessoa da face da terra porque não conseguiu ser sincero o suficiente, desinibido como o normal, confiante como se sentia e contratável como deveria. Aguarda um e-mail, um telegrama, um correio elegante, um telefonema sequer que às vezes chega, às vezes não.
E o pior é saber que numa entrevista eles nunca vão saber o puta profissional dedicado, meticuloso, perfeccionista e passional que eu sou quando estou fazendo alguma coisa. E da próxima vez não vou conseguir fazer diferente [otimismo mode on].
Pronto. Morram sem mim, YOU BASTARDS!!!!
PS: Se você já me entrevistou e leu esta notícia, bom...Foi assim que eu me senti quando estava sendo entrevistado :)
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