segunda-feira, 23 de março de 2009

Paulicéia Desvairada - Parte II

Logo que me mudei para cá, a maior maravilha que eu descobri foi a comida japonesa. Lá no interior até tinha uma tiazinha japonesa que fazia uma coisa ou outra, e eu já amava. Só que aqui em Sampa você tropeça em cada esquina num rolo de sushi. A partir disto comecei a comer comida japonesa deliberadamente e insanamente. Teve uma vez que, no alto de minha pseudomalandragem, fiquei observando o sushiman fazendo o rolo e depois cortando, na intensão de fazer em casa e baratear a brincadeira. Ah, e tirar uma de sushiman também, claro.

Eu sei que fui no Pão de Açucar - a filial do céu na terra, para mim - e comprei um pacote de alga marinha por R$10, achando que esse era mesmo o preço da bagaça. Depois minha tia que vive na Liberdade (bairro Japonês de São Paulo) me disse que em supermercadinhos de lá compra-se um pacote do mesmo conteúdo por R$2. Ou seja, né...mifu de novo. Já não tinha o arroz certo, então mandei ver no Tio João mesmo.

Ou seja, do meu plano inicial sobrou só a vontade de pagar de sushiman. Mas persisti. Botei o arroz pra cozinhar do jeito que tem que ser pra dar liga, piquei os recheios e quando estava começando a me preparar, toca o interfone. Eram caras da COMGAS que iam puxar o gás de rua aqui no apartamento. Suhi com obras. Só comigo mesmo.

Os caras entraram, e eu não desisti da minha meta. Coloquei a alga na mesa sobre a esteirinha, e tão logo comecei a esticar o arroz e colocar os recheios, o cara da COMGAS, que tava de olho comprido, não resistiu e perguntou:

-É trabalho de escola, é?

- Não. É meu almoço.

Peguei a faca mais cega que o Stevie Wonder e fui cortar o rolo (que ficou até que bonitinho). O arroz, que por sua vez não tava tão certo quanto deveria + faca cega = merda. Comecei a picotar os suhis e não sobrou UM ROLINHO INTEIRO pra que eu degustasse.

Fiquei puto pra caralho, taquei tudo num prato, muito shoyo e comi de garfo e faca assistindo Sônia Abrão.

Pudavida, nunca mais ousei explorar universos gastronômicos que não competem à minha sapiência culinária.

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