quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Cosas de mi vida - Parte VI
Bom, então eu estava numa desgraça mexicana em plena América. Sem emprego, quase sem dinheiro, com a polonesa me ameaçando cobrar pelos carros que bati, e sem perspectiva de um Natal feliz que se aproximava. Por um milagre divino, a agência de intercâmbio me arranjou tudo pra mudar em dois dias. Compraram passagens aéreas, confirmaram com o empregador novo da Flórida, e já tinhamos até quem nos buscasse no aeroporto quando chegássemos. Um chuchu.
No dia anterior empacotamos todas as coisas, limpamos bem o apartamento, fomos andar pela cidade pra tirar as fotos que ficamos de tirar depois (esta acima é uma delas), mandamos o último postal pras respectivas famílias, ligamos reservando o Táxi para a manhã seguinte, e tiramos fotos do apartamento (para garantir que a vaca polonesa não ia quebrar tudo e mandar a policia nos prender). Só que tinha um detalhe: Ela não podia saber que iríamos embora. Porque os outros poloneses ilegais que fizemos amizade e eram agenciados dela, disseram que ela era auma pessoa perigosa, e que seria melhor não contar nada porque eles não sabiam do que ela seria capaz pra nos segurar lá. Cagados, resolvemos sair na surdina. Deixaríamos a chave com uns chilenos azarados que também eram agenciados dela (e ainda não tinham conseguido fugir de lá) e um lindo bilhetinho de adeus.
4 da manhã acordamos, pois o vôo saia às 6:00. Arrumamos tudo e fomos pra porta com todas as bagagens esperar o taxi (marcado pras 4:40). Enquanto uma japa ficavan a porta com as coisas, eu fui com a outra lá no prédio dos chilenos (a pouco mais de um quarteirão de casa, esta da foto ao lado) deixar a chave e o bilhetinho pra polonesa (com um Merry Christmas no fim, como eu já disse no outro post, substituindo um sonoro "morra"). Teria sido fácil, se eles não estivessem dormindo. Tocamos o interfone até o dedo cair, mas ninguém atendeu. Entramos pela saída de emergência e tocamos a campainha até uma acordar e vir buscar. Falamos tchau e fomos embora. Neste momento chovia torrencialmente, e nós já ficamos encharcados. Estaria tudo bem se a temperatura exterior não fosse 1 grau. Ficamos, então, na porta do nosso prédio congelando, esperando o táxi chegar. 5 horas da manhã e nada. Já estávamos ficando putos, quando resolvemos ir no orelhão ligar pra porra da garagem de táxi. Juntamos as moedinhas, e fomos até o orelhão ligar (que era em frente o prédio dos chilenos = Toma mais chuva).
-Por favor, eu reservei um Táxi pra East Broad Street (esta rua da foto abaixo) às 4:40 e ainda não chegou!
- Está no caminho.
-É um carro grande? Temos muitas malas!
- Sim. Está chegando.
5:20 e nada. Juntamos as últimas moedinhas que tínhamos, voltamos pro orelhão:
-Meu queridoooooooo! Eu vou perder meu vôo!!!! Cadê a porra do meu táxi da Broad Street???????
- Está no caminho, senhor!(odeio quando me chama respeitosamente quando já estão cagando na minha cara)
- Se eu perder a merda do vôo eu vou aí e acabo com a raça de vocês! Vocês vão me pagar a passagem de avião, entendeu?
- Senhor eu já disse que está no caminho.
5:30. Chega um táxi que não cabe nem as minhas malas sozinhas. Que dirá a de todo mundo. Eram 3 malas de viagem internacional! Mais as malinhas de mão. Mandamos o cara embora pra ir buscar outro carro. Nessa hora tentamos acordar os poloneses pra ver se eles não levavam a gente pro aeroporto. Ilegais, estranharam pessoas batendo na porta deles às 5 da manhã, e não abriram. Não adiantou gritar, dizer que éramos nós. Ouvíamos os movimentos, mas nada. Desistimos
Corremos então pra avenida principal, embaixo de chuva e com 1 mísero grau celsio nos congelando, e pulamos feito chitas no cio pros táxis que passavam. Ne-nhum parava. 5:50, esperanças acabadas, para um indiano com um carro do exato tamanho do anterior.
-Precisamos ir pro aeroporto urgente! Temos muita bagagem!
- Vamos, eu levo vocês!
Pusemos toda a bagagem que lotou fácil o porta-malas. Daí sobrou pro nosso colo, nossa cabeça e até o colo do motorista. Chegamos 5:55 no aeroporto de Columbus. Fomos pra Southwest fazer o check-in. Nossas malas estavam com excesso de bagagem. Mais uma vez a mulher fala: Vocês estão 15 pounds a mais. Tá. O que é 15 pounds?! Você saber que tem que tirar 3 quilos, dá-se um jeito. Imagina quanto deva tirar. mas e 15 pounds???! Tiramos as comidas e jogamos todas fora. Ainda estávamos acima do peso. Jogamos pratos de plástico, talheres. Ainda! Lembro que joguei a toalha bordada da mãe da Japa minha amiga (que ela não me perdoa até hoje por isso). Ainda estava acima. Resolvi tirar minha necessaire lotada pra levar como bagagem de mão. Quase. Ainda tirei mais uma ou duas coisas que gostava. Pronto! Ufa!!!
Corremos muito! Daí tem uma barreira maior que olimpíadas. Passa por um, dois, três quaaaaaatro seguranças! Tira roupa molhada, tênis, meia, tudo! Põe tênis, roupa molhada, meia e tudo mais.
-Vcoê tem líquidos dentro da sua bagagem de mão. Vai ter que jogar tudo que for mais de 100 ml fora.
Idiota. Esqueci dessa merda de lei dos líquidos! Maldito terorista que foi inventar de fazer bomba líquida. Que idéia filha da puta! Simplesmente TODA a minha necessaire foi pro lixo. Meus shampoos, remedinhos, remediões, homeopatias, desosodorantes...tudo. Ainda pedi pra passar o desodorante antes de jogar fora, mas o cara não deixou. Dane-se. Corremos, e chegamos com a porta já fechando. No finger, lembro que bati o pé e falei:
-Que toda esta zica fique aqui!
E tinha que ficar MESMO. Porque o avião tinha hélices. Ou seja, dos tempos que o Indiana Jones ainda não era gagá. E a zica ficou lá mesmo. Chegando em Miami, nossa vida ficou sensacional.
Daí em diante as fotos falam mais do que as palavras...
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