quarta-feira, 4 de março de 2009

Experiências Soteropolitanas

Como eu disse antes, passei o Carnaval na cidade do Carnaval. Sim, queridos leitores, fui pra Pipoca de Salvador, e vivi momentos duca. Mesmo! (thx Mari pela sensacional acolhida!).

Cheguei no sábado de Carnaval. Desci do avião e segui as indicações de minha amiga pra pegar um busão (bandeira 2 nego, nenfu!). Paulistaníssimo, pedi 37 informações e aguardei quietinho o meu ônibus chegar. Parou o ônibus e logo surge o motorista com a mão na cara do primeiro da fila que ensaiou entrar no referido, anunciando:

(Leia com um sotaque baiano para que se torne mais verossímil)
- Rapaz...já fiz três viagens sem parar, vou descer, dá uma mijadinha, comer um sanduíche, tomar um cafézinho. Se vocês quiserem esperar, muito que bem, eu levo. Se não, pode esperar o próximo chegar aí, ou pega um táxi, se vira! (batendo uma mão contra outra).

Neste momento assimilei que não estava me deparando com o baiano way of life. Não. Ser baiano é mais que isso! É uma filosofia de vida auto-construtiva e anti-destrutiva! Mas eu sou paulistano estressado da coxa branca e fiquei batendo o pé do lado do busão.

Bom, cheguei no meu ponto, fui pra casa, coloquei as coisas e ia encontrar meus amigos no Campo Grande (um dos circuitos lá). Eis que rola essa conversa com o taxista no ponto:

- Por favor, quanto que dá até o Campo Grande?
- Ahhhh, mas eu não vou pro Campo Grande agora não, vice.
- ?
- Tá um engarrafamento dos inferno praquelas bandas!
- Moço. Eu preciso ir pro Campo Grande! Você tá me dizendo que vai se recusar a me levar porque tá engarrafado????

Tá, nesse momento me baixou o Paulistano enfrentador de trânsitos homéricos diariamente, sofredor, curintiano...

-Mas num levo mesmo! Vê lá com o último da fila dos taxista que talvez ele te leve.

Entrei no Táxi.
-Vai pra onde?
- Pro Campo Grande.
- Rapaaaaz, vou pro Campo Grande agora não! Pode descer.
- Porqueeee????
- É que tá tudo engarrafado lá por uma hora dessas. Não vou mesmo, por dinheiro nenhum!

Gente, juro. Pensa se os taxistas de São Paulo se utilizassem deste critério! Eles iam morrer de fome! Trabalhariam da meia-noite às seis da manhã, porque só essa hora não tem trânsito nesse inferno de cidade.

Pensando bem, comecei a concordar com o João Gilberto:

"A Bahia que vive pra dizer como é que faz pra viver..."

Quer dizer né...Tava à pé e tinha acabado de levar um tapa na cara de João Gilberto. Mas tudo deu certo, foi lindo, e agora to até achando que paulistano é tão estressado...

Mas logo passa, porraaaaaaaaaa!

Um comentário:

Cristiana Soares disse...

hahahahah! sensacional! a gente conhece a cidade pelos taxistas! veja aqui, nos últimos parágrafos:

http://www.interney.net/blogs/cristalk/2006/08/21/sa_227_o_paulo_meu_amor/